ÚLTIMA VONTADE E TESTAMENTO DE H.P.B.
[Em 17 de abril de 1892, pouco antes de ter passado um ano após o falecimento de H.P.B. – 8 de maio de 1891 – o Coronel Henry S. Olcott emitiu, a partir de Adyar, uma Ordem Executiva, com a qual instituiu o Dia do Lótus Branco, nome por ele sugerido para o aniversário da morte de H.P.B. Nesta Ordem, Olcott mencionou a Vontade de H.P.B., citando uma breve passagem, e fez algumas recomendações específicas, em relação à comemoração anual. Esta Vontade e Testamento foi escrita por H.P.B., em 31 de janeiro de 1885, em Adyar. O original foi removido para o Supremo Tribunal de Madras, no final de agosto de 1892. O seguinte texto foi transcrito de uma cópia do Testamento protegida, em 1938, pelo Escrivão do Supremo Tribunal de Madras, e disponibilizada, por cortesia da cortesia da Sociedade Teosófica, Adyar, Madras, Índia. – Compilador.]
Esta é a minha última Vontade e Testamento – Helena Petrovna Blavatsky de Adyar, Madras, Índia. Eu desejo que o meu corpo seja cremado no Campus da Sede da Sociedade Teosófica, em Adyar, Madras, e que as minhas cinzas sejam enterradas no referido Campus e que ninguém que não seja Teosofista esteja presente na cremação. Desejo que, anualmente, no aniversário da minha morte, alguns dos meus amigos se reúnam na Sede da Sociedade Teosófica e leiam um capítulo de A Luz da Ásia, de Edwin Arnold, e do Bhagavad Gītā. Após o pagamento das minhas dívidas (se as houver), e das despesas de funeral, outorgo e lego ao Coronel H.S. Olcott, de Adyar, Madras, os meus livros, para o uso do Comité Literário da Sociedade Teosófica, assim como o meu mobiliário, para uso na Sede da referida Sociedade. E também os meus direitos autorais de Ísis Sem Véu, de A Doutrina Secreta e de O Teosofista, e ainda um dos dois pares de castiçais, que me foram oferecidos pela minha tia. Para Damodar, Babajee e Ananda, as minhas três canecas de prata. Também para o Dr. Hartmann, um dos pares de castiçais, que me foram oferecidos pela minha tia. Também para as minhas sobrinhas todos os meus vestidos e roupas (mas não lençóis, nem roupas de cama). Também para Louisa Mitchell o xaile, agora na posse do Sr. Holloway. Note-se que a caixa oval de prata é propriedade de Damodar, e, quanto ao remanescente e restos dos meus bens, outorgo e lego os mesmos ao coronel Henry S. Olcott, solicitando-lhe que distribua todos os pequenos objetos, os quais eu ainda possa possuir, ao falecer, aos amigos e conhecidos que sejam Teosofistas, de acordo com a sua própria vontade. E, por este meio, nomeio o Coronel Henry S. Olcott e Damodar K. Malavankar, ou os seus Descendentes, como Executores deste Testamento e como testemunhas neste dia 31 de janeiro de 1885, Adyar, Madras, Índia.
H.P. Blavatsky.
Assinado e reconhecido pela referida Helena Petrovna Blavatsky, a Testadora, como sua última Vontade e Testamento, na nossa presença, estando presentes, em simultâneo, aqueles que a testadora solicitou, e na sua presença e na presença uns dos outros, subscrevemos, como testemunhas.
P. Row Shreenivas
E.H. Morgan
T. Subba Row
BLAVATSKY COLLECTED WRITINGS, VOLUME 6, PÁGINA 322
ORDEM EXECUTIVA
Sociedade Teosófica,
Escritório do Presidente,
Adyar, 17 de Abril, 1892
Dia do Lótus Branco.
Na sua última Vontade, H. P. Blavatsky manifestou o desejo de que, anualmente, no aniversário da sua morte, alguns dos seus amigos “se reunissem na Sede da Sociedade Teosófica e lessem um capítulo do livro A Luz da Ásia e do Bhagavad Gita”; e, uma vez que se espera que os seus colegas ainda vivos mantenham fresca a memória dos serviços de H. P. Blavatsky prestados à humanidade, e a memória do seu devotado amor para com a nossa Sociedade, aquele que abaixo assina sugere que o aniversário da morte de H. P. Blavatsky seja conhecido entre nós como “Dia do Lótus Branco”, e declara a seguinte Ordem e recomendação:
Ao meio-dia do dia 8 de Maio de 1892, e no mesmo dia de cada ano seguinte, haverá uma sessão comemorativa na Sede, na qual serão lidos extratos das obras anteriormente citadas, e comunicações breves serão proferidas pelo Coordenador da sessão e por outros que para tal se voluntariem.
Uma certa quantidade de alimentos será dada, em nome H. P. Blavatsky, aos pescadores pobres de Adyar, e às suas famílias.
A bandeira da Sociedade Teosófica será colocada a meia haste, desde o nascer até ao pôr-do-sol, e o Salão das Convenções será decorado com flores de lótus brancas ou nenúfares.
Os membros que vivam fora de Madras, e que pretendam estar presentes, podem providenciar os seus alimentos, solicitando-os ao Secretário Relator com, pelo menos, uma semana de antecedência.
Aquele que abaixo assina recomenda a todas as Secções e Ramos, em todo o mundo, que, doravante, promovam anualmente sessões, no dia do aniversário da morte de H. P. Blavatsky, e que expressem, de uma forma simples, não sectária, contudo digna, evitando qualquer adulação servil e elogios fúteis, o sentimento geral de lembrança afetuosa para com ela, que nos trouxe o guia da Senda ascendente que conduz aos cumes do CONHECIMENTO.
H. S. OLCOTT,
Presidente da Sociedade Teosófica
Adyar, 17 de Abril de 1892
LUCIFER, VOL. X, Nº 57, MAIO, 1892, PÁGINAS 250-51
BLAVATSKY COLLECTED WRITINGS, VOLUME 6, PÁGINA 322
Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891) | Henry Steel Olcott (1832-1907)
Londres / outubro de 1888